quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Incêndios da minha zona...

Mata nacional de Leiria volta a arder

Dois anos depois, a mata nacional de Leiria voltou, ontem, a arder. Desta vez, as chamas deflagraram perto da praia das Pedras Negras, a poucos metros da Estrada Atlântica, no concelho da Marinha Grande. À hora do alerta, 10.48 horas, não se registavam outros incêndios no distrito de Leiria, pelo que "foi possível mobilizar rapidamente meios suficientes para impedir a propagação do fogo", explicou o comandante distrital dos bombeiros e Protecção Civil, José Manuel Moura.

Os 115 homens de 12 corporações, auxiliados por 27 veículos e cinco meios aéreos - três heli-bombardeiros e dois aviões ligeiros -, rapidamente circunscreveram o incêndio, apesar do intenso vento que se fazia sentir. Pelas 12.30 horas, iniciaram-se os trabalhos de rescaldo. A origem das chamas é desconhecida, tendo estado no local inspectores da Polícia Judiciária. Populares que se encontravam na zona, e que se deslocavam para a praia, levantam suspeitas de crime, lembrando que, em 2003, precisamente a 2 de Agosto, surgiram os primeiros focos de um violento incêndio, que destruiu cerca de 2.600 hectares de pinheiro bravo, cerca de um quinto do total da mata. "Eu não acredito em coincidências...", afirmava um homem.

Na sequência desse fogo, recorde-se, as autoridades identificaram seis suspeitos. Desses, dois eram menores e um nunca foi encontrado, pelo que, apenas foram a julgamento três indivíduos. Foram considerados inimputáveis, em Julho de 2004.

Helena Simão (Jornal de notícias – Edição de 03 de Julho de 2005)

Incêndio destrói viatura dos Voluntários de Leiria
Prejuízo > Perda de pronto-socorro afecta corporação Coincidências > Eclosão de dois incêndios em zonas distintas de Monte Redondo levanta suspeitas

O violento incêndio que assolou segunda-feira o lugar de Graveto, na freguesia de Monte Redondo, vai ficar para sempre na memória dos Bombeiros Voluntários de Leiria, que ali perderam um pronto-socorro ligeiro. A primeira viatura que a corporação viu arder “em combate”. Porque “é de guerra que se trata”, adianta o comandante José Almeida Lopes ao REGIÃO DE LEIRIA.

No Graveto, estiveram casas em perigo, além de uma serração e uma pecuária. Valeu a pronta intervenção de 87 bombeiros de dez corporações, auxiliados por 26 viaturas, um helicóptero e dois aviões ligeiros, num momento em que as condições não poderiam ter sido mais adversas: altas temperaturas, reduzida humidade do ar, ventos muito fortes e terreno sinuoso.

A mudança dos ventos acabou por projectar as chamas para o local identificado, “à partida, como a traseira do incêndio e onde foi colocado o pronto-socorro, impedindo a sua retirada. Os cinco elementos que nele seguiam viram-se obrigados a fugir, tendo uma bombeira sofrido queimaduras ligeiras . “O fenómeno foi de tal modo violento, que impediu o helicóptero de socorrer a viatura”, afirma o comandante.

Segundo Almeida Lopes, que garante terem sido cumpridas todas as normas de segurança, a perda da viatura representa um enorme prejuízo, não tanto pelo valor em causa - cerca de 40 mil euros - que espera ver ressarcido com a sua reposição, mas porque a corporação tem “poucas viaturas ligeiras para o combate a incêndios no norte do concelho”. E porque afectou psicologicamente a corporação.

O comandante levanta ainda suspeitas quanto à origem do incêndio, nomeadamente por ter deflagrado três horas depois de um outro, na mesma zona, mas não tão perto que pudesse resultar de um reacendimento. “Nada tinha a ver com a ocorrência das 13h23”, frisa Almeida Lopes, considerando que a dimensão da área afectada - cerca de oito hectares - não traduz a violência do incêndio que obrigou os bombeiros a “trabalhar no limite”.

Martine Rainho REGIÃO DE LEIRIA, Edição nº3564 de 08 de Julho de 2005

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