
Esta é a altura do ano em que mais choro. Choro de saudade, de dor, de tristeza. Mas lembro-me que, em tempos, chorava de alegria...
O tempo passou, e trouxe-me a plena consciência de que nem tudo é bom. Enquanto eu tenho a possibilidade de festejar o Natal com algumas das pessoas que mais amo, existe muita gente que mendiga por um pouco de carinho, de afecto, de atenção. E enquanto choro por não poder ter a meu lado a minha tia mais querida, outros há que nunca conheceram seus pais, e sofrem sem ninguém que os console.
Toda a gente fala em paz, amor, alegria... Fal-se no perdão, na amizade, na tolerância... Mas como irá ser amanhã, quando as luzes se apagarem, quando voltaremos a arrumar o pinheiro artificial numa caixa para se conservar até ao próximo Natal, quando as prendas tiverem sido todas abertas?! Lembrar-nos-emos dos princípios que agora apregoamos? Perdoaremos o próximo sem razão aparente? Lembrar-nos-emos dos amigos que estiveram ao nosso lado nos momentos mais difíceis? Onde estará o amor pelo próximo? Onde estará a alegria?
As luzes, os presépios, as músicas natalícias... Tudo isso é belo, mas porque tem de durar apenas alguns dias?
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