sexta-feira, 29 de julho de 2005

Aos indefesos...

Desde pequena, sempre nutri uma grande admiração pelo Tweety. Não sei se seria a sua cabeça avantajada ou o medo de ele ser comido pelo gato que me despertavam todo o interesse, mas chorava sempre que o via numa situação de maior perigo.

Agora percebo que sempre gostei de proteger os mais fracos, os mais pequenos, os mais indefesos. Sempre me preocupei com aqueles que não tinham tantas capacidades para se defender como necessitariam... E sempre fiz de tudo para que esses não sofressem! Preferia absorver todas as dores, todos os prantos, todas as mágoas deles do que vê-los amargurados! E talvez por isso me tenha habituado a sofrer calada, a chorar em silêncio, a não aliviar os meus anseios em desabafos inúteis.

Conheço um provérbio oriental que diz o seguinte:

"Se tem remédio, porque te queixas? Se não tem remédio, porque te queixas?"

E a verdade é essa mesma: não vale a pena queixarmo-nos de um problema se sabemos que ele não irá mudar...

segunda-feira, 25 de julho de 2005

Mãe


Quando não me lembro do caminho para chegar mais depressa a algum sítio,
Ou que caminho eu tenho de seguir para fazer a coisa certa na vida;

Quando preciso de um conselho sincero sobre que roupa vestir para ficar mais elegante para sair,
Ou preciso de um conselho sobre o que fazer diante de um dilema da vida;

Quando quero saber quantos ovos tenho de colocar no bolo que tanto gosto,
Ou quantas vezes posso bater com a cabeça antes de chegar ao meu limite;

Quando sinto uma dor imensa no corpo, aquela de gripe, e sinto a falta de alguém que me faça uma sopinha e me traga remédio,
Ou sinto uma dor imensa na alma, que só um colo seguro poderia sarar;

Quando preciso de alguém que me defenda das pessoas maldosas,
Ou do mundo, que me ataca ferozmente parecendo que vai arrancar um pedaço;

Quando sinto orgulho de um desenho, um texto, ou qualquer coisa que eu faça,
Ou me dá aquela vontade de lembrar de alguém de quem eu me possa orgulhar;

Quando me dá vontade de comer aquele pudim de leite delicioso,
Ou me dá vontade de me alimentar de palavras de carinho e companheirismo;

Quando preciso de uma boa bronca para deixar de ser bagunceira e arrumar melhor o meu quarto,
Ou quando preciso que alguém me chame à atenção sobre os coisas que cometo comigo mesma e com os outros;

Quando me sinto bem em família no Natal,
Quando quero ter a certeza que vai haver sempre um lugar para mim nesse mundo,
Quando preciso falar com alguém que me conhece melhor do que ninguém,
Quando o meu orçamento acaba ao fim do mês,
Quando estou tão cansada que não quero fazer mais nada,
Quando preciso de tomar decisões éticas e estéticas,
Quando preciso de um exemplo de mulher e de amor,
Quando me quero sentir amada, aprovada e amparada,
E quando eu quero dar o meu amor a alguém que eu sei que o merece por tudo o que fez por mim,

Tudo o que eu consigo pensar é:
"EU QUERO A MINHA MÃÃÃEEEEEE!!!!!!!!!"

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Um Anjo caiu do Céu!

Se, por alguma infelicidade imensa, ainda não encontraste, com certeza um dia encontrarás. Ou melhor, é bom prestares atenção porque, com certeza, eles estão por perto. Geralmente, eles aparecem de repente, mas pode ser também que estejam por perto há tanto tempo que tu nem te lembres quando chegaram. O facto é que eles existem. Gente especial. Especialíssima.

São mais ou menos assim: riso largo, voz mansa, gestos suaves, olhos atentos e trazem consigo um ar tão leve, tão saudável, que te fazem lembrar como é bom respirar. Não têm medo de tocar, de abraçar, de beijar, de fazer um afago no cabelo, de sorrir para quem não conhecem. Dizem o que pensam e sentem com paciência, mansidão e compreensão dos limites dos outros. São queridos por todos - nem os invejosos conseguem ter raiva deles. Não se vê esses seres fazerem coisas como fofocas, intrigas, maldades gratuitas. Humanos que são, têm defeitos, mas são tão poucos que nem são relevantes. Educados, sensíveis, simples, amáveis, íntegros, sábios, positivos - certas pessoas são tão capazes de te fazer sentir tão melhor que te fazem pensar - e eventualmente dizer - que anjos de vez em quando caem do céu pra iluminar a vida dos pobres mortais aqui da Terra.

Um anjo é isso mesmo - alguém que cuida de ti, ao mesmo tempo tão perto e tão longe, que te segura quando cais. Que é sincero sem ser grosseiro. Que é doce sem ser palerma. Que é sorridente sem ser idiota. Que é optimista sem ser ingênuo. Que é sábio sem ser presunçoso. Que é silencioso sem ser omisso. Que é radiante sem ofuscar o resto ao seu redor. Pessoas que são tão fofas, tão geniais, que sempre que te lembras delas, acabas sorrindo.

Aquela vizinha que diz um "bom dia" fervoroso sempre que passa por ti. Aquele senhor que encontraste no autocarro e desejou que tua vida fosse abençoada, como se fosse teu pai, só porque cedeste o teu lugar para ele se sentar. Aquele amigo que nunca viste de "cara feia", e que aguenta os teus maus humores bravamente. Aquela senhora que trabalha contigo e pousa a mão no teu ombro, solidária, quando estás cansadíssimo, sussurrando - "calma, querido, o dia já vai acabar". Aquele outro amigo que manda um cartão, telefonema ou e-mail inesperado dizendo o quanto gosta de ti e deseja tudo de bom. Aquela tia que nunca viste alterando o tom de voz. Aquela pessoa que tem sempre algo de bom para dizer, e que não usa de ironia, ou de sarcasmo barato para disfarçar as suas próprias fraquezas. Gente para quem palavras como "amo-te", "desculpa", "estou aqui", "tenho saudades" não constituem um trava-língua. Gente boa mesmo, gente de bem, gente que faz diferença por aí e nem espera nenhuma espécie de pagamento por isso. Gente para quem nada é difícil, que está por aí para facilitar para os outros. Gente para quem toda a gente olha e diz - "Fulano? Ah, aquele sim, é uma pessoa realmente ESPECIAL!".

Essas pessoas, além de saber o quê, sabem quando fazer algo que pode mudar o teu dia para melhor. Um telefonema, um toque, um sorriso, um olhar compreensivo, uma frase, e pronto. Elas literalmente conseguem salvar o dia.

"Não existiria som se não houvesse o silêncio...
Nâo haveria luz se não fosse a escuridão...
A vida é mesmo assim:
Dia e noite, não e sim."

Felizmente, encontrei o meu Anjo. Uma pessoa realmente especial, que com um simples gesto, um mero olhar ou um sorriso sincero me anima e melhora o meu dia.

quarta-feira, 20 de julho de 2005

O que sinto

Cá dentro a dor tortura,
Não esquece um segundo.
Lá fora a dor perdura,
Mas é tapada pelo mundo.

Cá dentro o tempo é lento,
E a dor explode a crescer.
Lá fora rasga a pele o vento,
E a luz faz os olhos arder.

Cá dentro há tristeza e paz,
Fico mais longe cada dia.
Lá fora tudo é mais fugaz,
A raiva, o medo, a alegria.

Cá dentro é tudo mais fácil,
O silêncio, o escuro, a solidão.
Lá fora sinto-me mais frágil,
Mas morre a dolorosa ilusão.

Desistir...

Desistir!

Por vezes, um sinal de fraqueza... Outras, prova de sensatez! No meu caso, desespero, talvez...

Aguentar tanta dor, tanta má disposição, para quê? No fim, seremos reduzidos a pó, quer tenhamos ou não lutados para ter uma vida mais ou menos digna de ser recordada. E as forças começam a desaparecer. E a cada passo, o meu corpo pede descanso, como se tivesse andado sem parar durante horas a fio...

Deixei de saber o que pensar. Não sei mais o que fazer! Só me apetece desistir deste suplício, deixando para trás o pouco que fiz, e talvez uma ou duas recordações para algumas pessoas mais queridas...

Mas desta vez, as forças que me restam vêm de fora... Afluem de quem me pede para não desistir... Aparecem de quem me diz lutar comigo até ao fim, dê por onde der, doa a quem doer!

Mas não posso fazer promessas que não sei se terei coragem de cumprir... E prefiro subjugar-me ao silêncio, no qual encontro paz!

quarta-feira, 13 de julho de 2005

Apertar o cinto?!

Os Administradores do banco de Portugal também apertam o Cinto - 60 viaturas novinhas.

Estando nós habituados a ver o Dr. Vitor Constâncio a defender, dia sim dia não, a contenção da massa salarial, em especial a dos funcionários públicos, e tendo sido que o Governo decidiu que os assalariados que auferem de salário mínimo só podem ter aumentos equivalentes a uma bica por dia de trabalho efectivo, não deixou de ser uma feliz coincidência saber que os administradores do Banco de Portugal também apertam o cinto.

Pois, apertam o cinto de viaturas novinhas em folha: o governador, Vítor Constâncio, teve direito a um BMW 530 D, no valor de 67400 euros (13400 contos). Para dois administradores foram um Saab Sport Sedam 2.2, no valor de 37 mil euros (7400 contos) e um Volvo V40 1.9D, de 36730 euros(7363 contos). E para que o motorista do Dr. Vitor Constâncio não se sentisse diminuído, também levou um Peugeot 206 color line. No Banco de Portugal existem 56 viaturas atribuídas para 1794 funcionários, o que dá um carrinho por cada 32 almas.

O mesmo rácio aplicado à DGCI implicaria que esta disporia de um parque com nada menos que com 406 viaturas, o que agora dava um jeitão para cumprir as últimas ordens do senhor ministro, e ir a correr atrás de todos os que devem impostos a ver se davam um remendinho no buraco orçamental.

E se aplicado aos 700.000 funcionários públicos isso implicaria que o Estado deveria ter qualquer coisa como 21.875 viaturas, o que dava ocupação à Ford Europa por uns tempinhos.

Ao que parece, o Banco de Portugal dá o exemplo de uma forma original: quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é estúpido ou não tem arte. E o Dr. Vitor Constâncio, que há uns tempos aumentou o seu próprio vencimento, de estúpido não parece ter mesmo nada, o que podia era andar um pouco mais calado.

Parabéns, Dr. Vitor Constâncio!

segunda-feira, 11 de julho de 2005

Reflexão

Há momentos nas nossas vidas em que sentimos uma necessiadade profunda de olhar para trás, recordando circunstâncias mais ou menos boas, conforme as que tiverem prevalecido!

Num desses momentos de reflexão e introspecção, deparei-me com imagens de mim mesma que já tinha há muito esquecido, e os pensamentos antigos que brotaram na minha mente atropelaram-se, pela sua complexidade e diversidade.

Recordo-me, por exemplo, de estar muito feliz junto da minha mãe, rodeada pelos coelhos da sua criação. Deveria ter cerca de 15 anos. Mas recordando os meus 16 anos, vejo-me caoticamente debruçada sobre a janela do meu quarto, à espera que algo de especial acontecesse para me impedir de levar as minhas intenções em diante. E esses momentos repetem-se em situações diferentes, mas não menos confusas.

Há cerca de 2 anos, o meu único entento era dar um fim a uma vida que me foi dada sem eu pedir nada a ninguém... Pensava realmente que, sabendo que o fim viria, mais tarde ou mais cedo, o melhor seria ajudar o destino, apressando-o "ligeiramente". Mas algo me impediu de o fazer, e estou hoje grata pela situação que me permitiu mudar de ideias.

Nada me dá mais prazer que a sensação de vida que me inunda quando algo de bom acontece. Nada me faz mais feliz do que o sentimento de felicidade quando ouço palavras carinhosas de alguém por quem daria a vida se necessário. E não trocaria por nada os momentos que tenho vivido, mesmo sabendo que para chegar aqui tive de lutar bastante, e tive de ultrapassar dificuldades que só eu poderia ter resolvido.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Amor Vs Paixão

Para muita gente, amor e paixão são um sentimento único. Contudo, para mim, estes dois sentimentos são distintos, completando-se um ao outro para formar um novo sentimento, do qual o nome ainda está por descobrir...

Todavia, penso que o amor pode existir sem paixão e vice-versa. Mas nenhum dos dois, por si só, fará quem quer que seja alcansar a felicidade total e absoluta.

Defendo que o que deve existir é o Amor como ingrediente principal, mas temperado com muita paixão, por forma à relação não perder a magia passado algum tempo. Passo a explicar:

- O amor é um sentimento de afecto sincero, duradouro, que prevalece no tempo e no espaço, admitindo abusos por vezes:
- A paixão é não menos síncera, mas muito mais efémera, pelo que se defaz ao menor sinal de ameaça;
- O amor está presente nos bons e nos maus momentos, participando dos risos e amparando as lágrimas, oferecendo soluções ou silêncio, conforme as situações;
- A paixão existe sempre nos bons momentos, estando sempre disposta a brincar e divertir-se. Nos maus momentos, porém, prefere ficar quieta para não atrapalhar;
- Por ser mais calmo, o amor torna-se monótono;
- Pela sua efemeridade, o amor oferece muitas novidades, surpresas constantes, e muita loucura.

E é este sentimento que de misto entre amor e paixão que quero para mim, por ser duradouro, sincero, sendo a monotonia quebrada pela loucura da paixão, e por saber que se pode contar com o apoio incondicional de quem partilha connosco esse sentimento.

sexta-feira, 1 de julho de 2005


A Rosa Posted by Hello
Rosa pra se ver
Pra se admirar
Rosa pra crescer
Rosa pra brotar

Rosa pra viver
Rosa pra se amar
Rosa pra colher
E despetalar

Rosa pra dormir
Rosa pra acordar
Rosa pra sorrir
Rosa pra chorar
Rosa pra partir
Rosa pra ficar

É primavera
É a rosa em botão
Ai, quem me dera
Uma rosa no coração