sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Recuperação

Passaram mais uns dias desde que aqui vim pela última vez, e apesar de não ter acontecido nada de importante, posso dizer que muita coisa mudou. Sinto-me mais leve, mas também mais ausente. Lembro-me de estar num ambiente e o sorriso no meu rosto ser uma constante. Contudo, presentemente, sinto que me escondo atrás de uma cortina de insegurança difícil de transpor. Custa-me ver a felicidade dos outros, ao mesmo tempo que me deixa imensamente animada verificar que as pessoas que me rodeiam estão felizes.

Sei que tenho de ganhar coragem para afastar o véu por detrás do qual me escondo. Tenho de me esforçar um pouco mais para ser a pessoa alegre e optimista que sempre fui.

Leio os últimos textos que aqui escrevi e reconheço a rapariga que a minha mãe encontrou desesperada há umas semanas atrás, a falar em suicídio e falta de tudo: amizade, carinho, ambição, memória…

Quero sair desta sepultura que eu própria cavei e mostrar que ainda existe aquela Sandrine que está sempre pronta a enfrentar os problemas e a ajudar a resolver os dos outros. Não quero mais ser um mono deixado num qualquer canto por não falar, não rir, não reagir…

Sei que consigo ser mais do que um triste lamento que recorda o passado como se dele dependesse o futuro.

Tive os meus infortúnios, sim. Mas há quem esteja pior que eu. Fui abandonada, abusada, gozada e deixada ao acaso, mas reencontrei agora as forças que me faltavam para me levantar.

P.S.: Ao louCo que ouve o outRo pergunto: como estás? Como está essa vida que o mar separa em duas partes iguais, sem que água alguma consiga unir? Sabes que juntamente com a areia há sempre uma louca pronta a ouvir-te e apoiar. Beijito especial!